Uma breve história sobre os imprevistos da vida
Meus caros leitores escrevo aqui um depoimento sobre a minha vida que, em todas as campanhas,sempre foi marcada por alguns imprevistos, podemos dizer assim. Acho que todos nós passamos por diversos obstáculos e imprevistos na vida,isso faz parte. Em uma das comemorações do centenário da AD compartilhei algumas dessas palavras, que agora, divido com vocês!
Em 1988 fui candidato a Vereador. Quando candidato a Vereador foram dezesseis dias para apurar as eleições, eu não consegui entrar para ter informação de quantos votos eu teria ou não. Deus nos abençoou, eu saí dali eleito Vereador em Ananindeua.
Em 1990, eleições para deputado estadual. Lá vem outra história: 81 urnas anuladas em Ananindeua em 1990, onde o Deputado Gerson Peres por doze votos perdeu o mandato. Recorreu à Justiça e disse que ia retomar o seu mandato. Com isso, ele foi anulando todas as urnas que achava que tinham sido fraudadas em Ananindeua. Foram 81 urnas. Mas Deus nos manteve Deputado com uma votação expressiva que nós tínhamos lá. Dois problemas já na minha vida.
Em 1992 eu resolvo ser candidato a Prefeito em Ananindeua. Vou para o embate com o Deputado Antonio Armando na convenção.53 votos para decidir quem seria o candidato. Deus nos colocou a prova novamente. Colocou vinte e cinco a vinte e cinco e foi decidido no último voto, que deu para o Antonio Armando ser o candidato e eu perdi a convenção. Continuamos a nossa trajetória de vida.
Em 1994 a minha reeleição. Eu sou o último Deputado eleito pelo PMDB naquela época: 11.060 votos. Sessenta votos atrás exatamente de um deputado federal chamado Gabriel Guerreiro, que esteve presente até há pouco.Novo embate, anula-se as eleições em Ourilândia do Norte e Tucumã.
Lá vamos nós de novo lutar para manter esse mandato. Deus nos abençoou que não teve também eleição lá, e se tivesse nós continuaríamos também com mandato porque Deus estava sempre à frente do nosso trabalho.
Chegam as eleições em 1996, eu preparado, louco para ser Prefeito de Ananindeua. Tinha passado o meu tempo em 1992, quando perdi a chance para o Antonio Armando, ele foi candidato, mas perdeu as eleições para o Rufino Leão. Eu falei: e agora o que vai acontecer? Sou candidato.
Véspera de Natal, no meu sítio, em Marituba, jogando bola, o goleiro, que era do meu time, jogou no meu time quatro anos, resolveu jogar contra porque era solteiro e eu era casado. E nesse jogo o cara quebra a minha perna. Jogou quatro anos ao meu lado, no dia em que jogou contra, quebrou a minha perna. Lá eu fico de muletas e vou para o hospital da Clínica dos Acidentados.
Lá o João Maradei com o Dr. Humberto Maradei, vivo a época, ainda, disse para mim: Deputado, eu li em algum jornal - era a Província do Pará a época - que o Senhor quer ser candidato a Prefeito. Esqueça isso. Eu falei: não dá para esquecer porque eleição só tem de quatro em quatro anos. Ele falou: pois esqueça, porque perna nós só temos duas a vida toda. Isso quando eu era levado na maca para ser operado, às 17 horas. Falei: Mas Deus está lá em cima, eu vou ser prefeito e manter as minhas duas pernas.
A vida foi tocando, continuando e chega o ano de 1996. Deus nos abençoou e de muleta ganhamos a eleição de Ananindeua. Enfrentamos um furacão, pois a cidade estava toda acabada, fizemos uma transformação, Deus nos abençoou muito e tocamos nossa carreira política. Chegou o ano 2000 Deus nos abençoou e não tivemos problema, uma votação estupenda, 83,98% dos votos e uma reeleição tranquila.
Em 2002 coloco o meu nome à disposição para ser candidato a Governador do Estado, mas fui tirado da candidatura a governador e foi escolhido o nosso amigo Simão Jatene, que é um grande Governador. Nisso eu não posso discordar que o Governador Almir Gabriel estava certo, é um grande Governador.
Continuamos nossa trajetória política. Em 2003 renuncio a Prefeitura de Ananindeua e venho a Belém substituir o Deputado Edmilson Rodrigues com a intenção de ser prefeito. Nesse jogo de empurra para lá e para cá, acabei sendo vice-prefeito do prefeito que aí está. A essa época passei a conviver com o Pastor Samuel que já tinha uma convivência muito grande com o Pastor Firmino. Aí entra o Pastor Firmino na minha vida em 2006.
Nessa conversa, nessa amizade, nessa aproximação, me aproximando, cada dia mais ganhando a confiança e confiando cada dia mais no Pastor Firmino, chega a nossa candidatura em 2006 para ser candidato a Deputado Estadual novamente. Empolgado fomos para a eleição e nos elegemos Deputado Estadual, fomos o mais votado àquela época e saímos para o trabalho.
No dia 15 de julho aparece no jornal que o PMDB tinha entrado para impugnar a minha candidatura por causa de um outdoor que foi colocado por um candidato a Vereador. Ele usou a foto do Duciomar, a minha foto e a dela entrou no meio, e não podia porque o espaço reservado ao candidato proporcional não podia ser usado pelo candidato majoritário. Impugnaram minha candidatura.
Concorri as eleições de 2006 impugnado. E uma Resolução feita pelos Ministros, àquela época, dizia que os candidatos que estivessem impugnados não concorriam à eleição. Ou melhor, podiam concorrer, mas os nomes não apareceriam. Tocamos o barco, fomos para a candidatura. Os amigos que se diziam amigos diziam o tempo todo que eu não era candidato, os próprios candidatos diziam que eu não podia concorrer, que eu estava eliminado e fomos tocando a vida. E já vamos chegar no Pastor Firmino.
Chegaram as eleições e não conseguíamos saber quantos votos eu tinha. Fui ao Tribunal Regional Eleitoral, com advogado, e passamos a acompanhar o processo interno. Mas o meu nome não aparecia. Começam os problemas das chacotas, dos inimigos, dos adversários políticos, tudo aconteceu como era o previsto. Eu fui o mais votado àquela época. Mas eu não estava eleito, tinha zero voto, como disse o meu filho.
Cheguei em casa para almoçar, na segunda-feira, depois da eleição, e Almir Gabriel estava com duzentos mil votos na frente da Ana Júlia, naquela época. Nós, então, pensávamos: vai ser difícil tomar a eleição do PT, mas nós vamos trabalhar e vamos tentar ganhar a eleição. E naquela época eu já tinha deixado de ser Vice-Prefeito para ser Deputado Estadual, para ser o Presidente desta Casa. Então, nós ganhamos a eleição, mas não pudemos assumir.
Na segunda-feira, na hora do almoço, o meu filho chegou da escola, sentou - naquela época ele tinha uns 5, 6 anos -, virou para mim e falou: “Meu pai, os meus amiguinhos lá na escola, disseram que o Senhor teve zero voto”. Nós estávamos em Mosqueiro. Ele continuou a falar: “Nós não fomos ontem lá em Mosqueiro? E eu não votei no Senhor?”. Eu respondi: “É, filho”. Ele disse: “Então tinha que ter um voto, meu pai, que é o meu”. Então fiquei com aquele negócio, comecei a lagrimar e aquele negócio começou a me atormentar.
Naquele mesmo momento eu parei de almoçar e o telefone tocou, era o amigo Flexa Ribeiro, me convidando: “Pioneiro, vamos para Brasília às 3:45. Tem um voo agora e nós vamos para lá recuperar o seu mandato”. Eu falei: “Rapaz, vamos tocar a nossa campanha para o Almir Gabriel, esquece isso aí”. Ele falou: “Não, nós vamos fazer isso, vamos para lá”. Eu falei: “Se tiver passagem, nós vamos para lá”.
Então começamos a procurar passagem, mas não tinha, todos os voos estavam lotados para lá. Mas Deus abençoou, pois faltavam quarenta e cinco minutos para a saída do vôo e me avisaram que tinha uma vaga, e fui para lá para recuperar o mandato. Isso em uma segunda-feira, um dia após as eleições.
Chegando a Brasília, conversamos com o mesmo Ministro que tinha recusado e tinha dado um parecer contrário para que eu perdesse de cinco a um.
Mostrei a ele que nós precisávamos e que tínhamos sido os mais votados, e ele me deu cinco minutos para fazer a explanação. Nesses cinco minutos de explanação, Deputado Raimundo Santos, nós mostramos o que éramos, o que tínhamos feito e alguns itens que ele não sabia. Por exemplo, ele não sabia que eu era vice-prefeito, ou seja, praticamente o Ministro não leu e deixou na mão de um secretário a incumbência de fazer o parecer.
Nessa história toda, chegou a hora do julgamento e nós não sabíamos que ia acontecer. Eu estava no gabinete do Deputado Flexa Ribeiro e resolvi fazer uma ligação. Nessa ligação, me apareceu na mente o Pastor Firmino, então liguei para ele e falei: “Pastor, daqui a dez minutos eu vou ser julgado se serei Deputado ou não, é a última chance que nós temos”. Ele falou para mim assim: “O que você quer que eu faça?”. Eu falei: “Quero que o senhor ore”. Ele falou: “Pois vou curvar meus joelhos neste momento e vou orar por você. Se você tiver fé, Pioneiro, Deus vai dar o poder a você e vai lhe dar essa vitória”. Começo a falar disso e me arrepio, pois é uma coisa de emocionar.
Naquele momento o Deputado Flexa estava ao meu lado e disse: “Com quem você está falando?”. Eu disse: “Estou falando com o Pastor Firmino”. Ele virou e respondeu: “Este homem é um homem santo”. E eu disse: “Com certeza”. E nós ficamos naqueles dez minutos de apreensão. Eram sete horas, o primeiro julgamento foi o meu.
Nesse julgamento, em menos de dois minutos o Ministro acabou com o sofrimento de sessenta e três mil pessoas que tinham votado em mim, à época, e com o meu sofrimento, de todos nós.
Naquela comemoração, naquele choro, naquilo tudo, a minha cabeça só ia no pastor Firmino. Então, passei a mão no telefone de novo e a irmã Ester atendeu. Ela falou: “Ele está com os joelhos curvados, orando por ti. Então eu falei: “Pois diga a ele pra agradecer a Deus, em meu nome, porque deu tudo certo”.
Pastor Firmino, eu vou contar isto durante o resto da minha vida. O senhor curvou o joelho por mim no momento em que eu mais precisei na vida e que tinha muita gente ansiosa por isso. Portanto, o que estou fazendo hoje, neste momento, Deputado Raimundo Santos, é, nada mais nada menos do que uma gratidão que tenho pela Assembleia de Deus, que ela está dentro da minha casa, na Lenice, quem todos os dias, às sete horas, sai para orar na Assembleia de Deus que tem próximo da minha casa, na Rua As de Ouro.
Então, o que estamos fazendo aqui hoje é pedindo, só pedindo essas orações, Pastor Samuel, assim como foram feitas pra mim, que precisava naquele momento de força, de fé. A fé é muito grande, mas às vezes o que vem contrário a nossa vida é mais forte. Vou citar um exemplo. Eu passei quatro anos esperando para ser Presidente desta casa, e há dois anos, mais ou menos.
Fizemos um acordo no PSDB que, se o Jatene fosse Governador, eu seria o Presidente desta Casa. Isto foi uma coisa interna do Partido, sem brigar, sem desrespeitar os demais Partidos, os demais companheiros. E aguardei.
Faltado uma semana para eu ser Presidente desta Casa, fui comunicado de que um vulcão ia entrar em erupção aqui, que um furacão ia passar por aqui. Faltando uma semana para as eleições, fui comunicado por um amigo Deputado Federal, chamado Arnaldo Jordy e por dois, três Promotores Públicos: “Pioneiro, o que vai acontecer naquela Casa é muito ruim, é uma coisa que você nem imagina”.
Meus amigos, nós temos duas opções na vida. Mas, levei ao conhecimento do Governador Simão Jatene, que já estava com quase trinta dias de governo dizendo: “Governador, a situação é essa, eu vou sair fora”. Ele falou para mim: “Meu amigo, não dá para sair. Ou nós levamos isso adiante, ou já começamos a nos desmoralizar no início”.
Programamos há dois anos que fosse: eu Governador, você Presidente, então, não temos como fugir disso. Volte para a sua casa e faça uma análise, porque você tem que ser o Presidente da Casa. E eu voltei para casa pensando.Dois dias depois desabou o edifício, um edifício de trinta e três andares. Eu liguei para o Jatene, da porta da casa dele, e ele falou: “Eu não vou estar em casa”.
Em Icoaraci, na casa da família dele. “Eu vou estar no prédio que desabou, venha pra cá”. E nós fomos para lá, mais ou menos às quinze e dezesseis horas, saindo de lá entre dezenove e vinte horas.
Lá eu disse para ele: “Jatene, o que aconteceu aqui vai acontecer na Assembleia, um prédio vai desabar na nossa cabeça”.
Isso é para vocês verem que o que nós estamos vivendo hoje eu já sabia que podíamos viver, pois fui comunicado, fui avisado. Quando cheguei aqui, nós tínhamos uma opção: correr do furacão ou encarar. Mas, falando com Deus, conversando com Simão Jatene e com os amigos, resolvemos encarar. É isso que estou fazendo neste momento aqui.
O que está acontecendo nesta Casa eu não fiz, o nosso amigo Raimundo Santos não fez, nenhum dos deputados novatos fizeram, a maioria, noventa e nove por cento dos deputados com mandato, também não fizeram, mas nós temos que passar a Casa a limpo. E é neste momento, de oração, de fé, de Cem Anos da Assembleia de Deus, que peço a cada um dos senhores e das senhoras que orem para que Deus abençoe a minha administração e a esses deputados, para que possamos andar de cabeça erguida em cada canto desta cidade e mostrar a transparência feita por todos nós, Pastor Samuel.
Este momento é um momento de homenagem, mas vim aqui para fazer deste momento um momento de pedido fé, Pastor Firmino. Como o senhor um dia curvou o joelho e orou por mim, peço que ore para que esta Casa possa corresponder à ansiedade do povo lá fora.
Li o seu texto dep. pensei que ao final o senhor ia dizer que ia assinar a CPI. Seria mais simplews e ai possivelmente poderíamos ter uma limpeza de fato na ALEPA, pois, por enquanto o MP está apenas pegando subalternos mais os ordenadores de despesas (ainda) não foram pegos, Digo isso Dep. como o sr. sabe não sai dinheiro da ALEPA, autorização da presidencia.
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ResponderExcluirObrigado por ter lido todo o texto. Um pouco longo não é? Quanto a CPI já expliquei em uma das minhas postagens o que penso. Não se preocupe o Ministério Público está trabalhando e com a nossa parceria e todos os responsáveis serão punidos. Alguns já estão sendo.. E é por ai..
ResponderExcluirÉ isso aí Pioneiro, tem gente que entende e finge não entender apenas para sacanear com os outros. Cumpra sua missão de passar a limpo a Alepa, pois amanhã o povo do Pará lhe fará um julgamento de seus atos. Estamos torcendo para que esta situação passe logo para que possamos caminhar juntos em prol do desenvolvimento do Pará. Um forte abraço!
ResponderExcluirDo amigo e Professor Otávio Nascimento - Salinas - Pará.
E os tikcets Pioneiro?
ResponderExcluirParece que já sabem de tudo.
Agora não vai dar mais para evitar a CPI.
O segundo semestre vai realmente ser de agenda positiva.
Acabei de ler no blog do Barata, dá uma lida lá, dá.....
Um abraço
Pioneiro!
ResponderExcluirComo admirador quero te fazer pensar.
O mundo não acaba na ALEPA e seu entorno.
Tem muitas outras forças na sociedade e nem todas são compráveis.
Tem forças que o amigo nem conhece e que tão agindo e agindo firme e eficientemente.
Lembre, ninguem ligava pro jader, até ele presidir o senado.
Entendeu?
Um amigo.